

Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto contempla a renovação de uma casa com mais de 40 anos em uma cidade japonesa. Originalmente construída como uma estrutura de concreto armado de três andares sob códigos sísmicos ultrapassados, a residência era grande demais para uma família, com muitos cômodos não utilizados e com pouco isolamento. Também era mal iluminada devido à proximidade de uma clínica médica. A renovação visou adaptar a edificação à vida contemporânea através de: 1) introdução de vazios verticais e claraboias para trazer luz natural ao térreo, 2) melhoria da isolação do envoltório para reduzir cargas térmicas e 3) consolidação de cômodos essenciais no primeiro e segundo andar, transformando efetivamente a casa em uma residência de dois andares.

Reforços e reparos estruturais foram realizados para garantir a segurança sísmica e a durabilidade, embora o escopo do trabalho não exigisse uma licença formal de construção. Enquanto minimizava alterações externas—limitadas a impermeabilização, reparo de azulejos e melhorias nas janelas—o design priorizou a transformação interna. Os pisos originais foram parcialmente removidos para criar um grande espaço comum tridimensional. Dentro desse vazio, uma nova estrutura foi inserida: um "ninho" contendo os quartos privados da família, anexado de forma parasitária às vigas e pilares existentes. Este "ninho" não depende de seu próprio sistema estrutural. Em vez disso, transmite todas as forças sísmicas para a estrutura de concreto existente, eliminando a necessidade de paredes estruturais e permitindo flexibilidade futura.




O "ninho" contém quatro quartos privados e um corredor, todos voltados para o vazio central, permitindo luz, ventilação e conexões visuais em toda a casa. Uma "varanda interna" atua como um espaço intermediário, conectando os quartos privados à área comum e permitindo que os membros da família sintam a presença uns dos outros, apesar da separação física. Inicialmente, considerou-se a inserção de estruturas em forma de caixas de madeira, evitando interferir nos pilares e vigas existentes. No entanto, essa abordagem preservava uma separação rígida entre o antigo e o novo, restringindo o potencial de inovação espacial. A verdadeira inovação surgiu ao reinterpretar a estrutura existente não como um obstáculo, mas como parte integrante do ambiente. Isso resultou no design parasitário do "ninho", uma construção comparável a um ninho de pássaro, que dialoga com a estrutura hospedeira e flutua dentro do volume compartilhado.







Diante dos crescentes desafios ambientais e sociais, a reutilização adaptativa de edifícios em concreto armado torna-se uma estratégia cada vez mais crucial. Este projeto apresenta um modelo de como a subtração arquitetônica e a reinterpretação espacial podem descobrir novas possibilidades no existente. O processo de projeto envolveu observar o local, ouvir as necessidades do cliente e identificar distorções sutis entre as condições arquitetônicas e sociais. Essas distorções se tornaram os pontos de partida para descobrir espaços significativos—espaços que respondem não apenas às necessidades imediatas, mas também a mudanças sociais mais amplas. Em um momento em que imaginar novas visões arquitetônicas é mais difícil do que nunca, este projeto demonstra como o design subtrativo e a intervenção parasitária podem oferecer alternativas resilientes e sensíveis para o futuro.
















